Uma cozinha feita com turismo para o turismo (c/ vídeo)
“Isto faz-se com clientes, faz-se com turismo”. Esta é a máxima aplicada pelo chef Júlio Pereira nos restaurantes que possui no Funchal e de onde saem, por dia mais de 500 refeições. Considerando que a Madeira tem evoluído muito, “com novos mercados, novos destinos e novas origens”, Júlio Pereira salienta que “recebemos pessoas que vêm à procura da cultura e dos nossos costumes e isso é possível colocar dentro dos nossos tachos”.

Victor Jorge
Bem no coração do Funchal, próximo à majestosa Sé Catedral, num espaço que surge em 1933, como um tributo às ancestrais tertúlias da cidade, onde a burguesia madeirense, escritores e empresários se reuniam para dar voz às suas inspirações nos áureos tempos do passado, o Theo’s junta-se ao Kampo, Akua e Yuki, todos em solo funchalense e todos, segundo o chef Júlio Pereira,“com um ADN muito madeirense, seja pelo produto, oferta, história ou cultura”.
E é esse ADN que Júlio Pereira destaca, salientando “a importância que damos ao produto local”. E é neste ponto que o chef faz a ligação direta entre a gastronomia e o turismo: “há uma coisa extremamente importante em tudo o que fazemos. É que isto faz-se com clientes, faz-se com turismo”. E nas mais de 500 refeições que os restaurantes do chef Júlio Pereira servem diariamente, “90% são para estrangeiros. Por isso, temos de ser sinceros e verdadeiros e perceber que o turismo é o motor de tudo isto”.
E neste aspeto, Júlio Pereira destaca a “valorização daquilo que é o agricultor, do que faz o pescador, do homem do talho, ou seja, é uma economia circular, uma economia sustentável”, sendo este o ponto que o chef destaca no sucesso: “todas estas peças estão encaixadas umas nas outras e podemo-nos servir delas de uma forma eficiente, rápida, confortável”.
Relativamente ao turismo, o chef nascido no continente, mas que se assume madeirense há pouco mais de 10 anos, considera que a Madeira tem evoluído muito, “com novos mercados, novos destinos e novas origens. E isso faz toda a diferença nos nossos comensais. Recebemos todos os dias nos nossos restaurantes, pessoas que vêm à procura da cultura e dos nossos costumes e isso é possível colocar dentro dos nossos tachos”, concluindo que “poder servir isso aos nossos clientes, ao nosso turismo, de uma forma bastante apetecida faz toda a diferença do que é a marca Madeira”.